É preciso cuidado com o arisco,
senão ele foge. É preciso aprender a se movimentar dentro do silêncio e do
tempo. Cada movimento em direção a ele é tão absolutamente lento que o tempo
fica meio abolido. Não há tempo. Um bicho arisco vive dentro de uma espécie de
eternidade. Duma ilusão de eternidade. Onde ele pode ficar parado para sempre,
mastigando o eterno. Para não assustá-lo, para tê-lo dentro dos seus dedos
quando eles finalmente se fecharem, você também precisa estar dentro dessa
ilusão do eterno. — Caio Fernando Abreu
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